sexta-feira, julho 31, 2015

Cada Vez mais perto da proxima

Muitas vezes corremos contra o tempo à procura que o tempo não passe o tempo a passar depressa, outras até pedimos que o tempo não passe tanto tempo tão devagar.
de há uns dias para cá tenho andado desejoso que o tempo não pare de passar tempos e que tempos devagar.
Não é por nada, é talvez por tudo, ando desejoso de ver o tempo a andar depressa mesmo que isso me torne mais velho mais rapidamente, mas não me importo muito com isso, nesta altura.
Devagar quero mesmo que o tempo passe para que os dias se mantenham grandes, quentes com sol e fins de tarde fabulosos como têm estado.
Depressa quero que o tempo passe para que daqui a pouco ou quase nada tenhamos cá de volta os VOR, e toda aquela confusão  de eventos emoções stresses e sensações... Pareço egoista só querer só isso, mas não é assim.
Também quero mais coisas, coisinhas e coisotas, mas isso deixo para mais tarde com o meu afilhado Tété, agora inclinei-me outra vez para a VOR e para o StopOver Lisbon. Talvez por ontem ter estado com uma catrefada de Voristas a rir e contar histórias do que foi a ultima.... Mas também porque sabe bem receber dos amigos istranjeiros que lá estiveram, afirmações do género, "best stopover ever!!", "great organization" "most beutifull fishing ship I ever saw in the world"... e tudo de gente que passou por cá tipo assim só umas três semanas para trabalharmos em conjunto num evento fabuslástico.
Sabe bem ouvir isso, sabe bem saber que contribuimos para isso, sabe bem saber que nos divertimos e esgotamos com isso...
Sabe bem ter sido em Portugal, feito com portugueses, para o mundo inteiro... também...pensado bem... é disso que somos feitos....
Depois, sabe bem ouvir falar bem do que cada vez mais está na moda graças à teimosia de um caro familiar por apendecite, que se deliciou duramente durante três anos a buscar nos mais recondidos cantos de Lisboa pelas melhores Tascas que Lisboa tem e que muitos conhecem mas poucos falam ( ou falavam).
Á conta deste carola Tiago Cruz, o tasteador mor da muy nobre e altiva cidade de Lisboa, o tascodromo da capital foi criado, e temo mesmo que se torne rápidamente uma moda muito maior e mais atractiva do que o Gin Tonic e hortaliças.... é que aqui nesta categoria, nada é importado ou copiado!!
Lá está é original, genuino feito em Portugal, por Portugueses para o Mundo!!!

Viva a VOR Vivam as Tascas!! Viva o Verão os tremoços e essas coisas...

Querido Tété, se passares pelos Algarve não pares em qualquer canto...procura umas Tascas que têm mais encantos....
Aprende a comer coiratos, como o meu primovelho me ensinou, ou caracois, como a minha Tia o fez, lá pelos lados de Cascais. e come o que é nosso em tom de desafio às ASAES dessa vida....

segunda-feira, julho 20, 2015

A Barraca da Praia

Normalmente, chegados a estas épocas anuais viradas para os banhos, todas as famílias que se prezem tinham... e algumas ainda têm a sua barraquinha alugada na praia para onde vão em procissão.
Hoje, com o progresso as barraquitas, aquelas de panos ás riscas quadradas com a porta de entrada aberta a fazer de toldo,
As barrraquinhas abrigavam os comes os bebes, e até protegiam os tios e os miúdos mais novos com a sombra para as necessárias sestas. Liam os jornais, encostados á estrutura de madeira, iam a banhos e regressavam à barraquinha. E lá dentro os miúdos jogavam às escondidas, ao prego e até fugiam pela parte de trás para irem ao banho sem os mais velhos perceberem. Era uma cidade de gentes conhecidas que se encontravam todos os anos naquela mesma praia, naquela mesma barraca. Já se sabia quem eram os vizinhos mesmo antes deles chegarem. todos os anos apareciam caras novas, que lá se enturmavam derivado da criançada que logo descobriam novos amigos de verão, enquanto os mais velhos, mais desconfiados, lá iam começando a falar com os estranhos pouco a pouco, até porque ao fim do terceiro ou quarto dia, a ver os mesmos vizinhos, um cumprimento era obrigatório, e pouco a pouco lá se iam conhecendo.
Ainda existem algumas por aí espalhadas por algumas praias deste nosso cantinho, mas a maioria deram lugar ás espreguiçadeiras de plástico, e a uns chapéus de sol empalhados a modos tropicais, a fazer lembrar essas paragens distantes. Não se movem e chega a uma altura em que a sombra está mais nos vizinhos do que em nós.
Nós também tínhamos uma barraca de praia. Mas a nossa barraca era especial. Não era na praia, era em casa. Mas nós tínhamos sorte, porque a casa era na praia, ou melhor... em cima dela,e como a praia era pequena a barraca era em casa.
Também era ás riscas, largas, azuis creio eu, que depois deram lugar a um pano de risca verdes mais estreitas. Aquela nossa barraca de praia, era um luxo. Ali feita debaixo do vão das escadas que iam dar à varanda, encafuada num arco. Estava bem protegida do vento e era ali que a vida começava e acabava nas idas e vindas da praia, mesmo ali defronte onde se desciam seis degraus por uma escada de madeira construída propositadamente. e que derivado de um temporal no inverno levou com um pinheiro em cima e desfez a dita toda. foi uma pena.
A nossa época de verão começava com a colocação dessa pesada escada de madeira. Quando chegávamos a casa e víamos a escada lá posta na rocha, era sinal de banhos, Verão primos, barcos e muita animação.
Depois vinha a barraca. A nossa Barraca de riscas. Grande, enorme, caibamos lá 5 ou seis ao mesmo tempo!!.
E barraca de riscas lá se ia montando também. Primeiro os espaldares de madeira grossa, bem construídos e todos os anos envernizados de novo pelos tios. Depois vinha o espelho que se pendurava na parede que servia para alindar e dar bom aspecto a todos os que por lá passavam. Depois, a mesinha que servia de aparador para as escovas, para as toalhas e muitas vezes para se guardar as trapalhices da praia lá em baixo. Depois montava-se a mangueira, que tinha no fim um duche. ligado á torneira que era só de água fria. Mas isso não nos incomodava. Todos os dias ao fim do dia de praia, depois dos saltos nas rochas nas viagens de bóia a casa dos primos que também era sobre o mar, dos passeios pela baía no repimpa do tio João, das voltas de barco, no Intrepid no Narceja, no Quasar e no Maçarico, aquele banho de água fria bastava para nos alindar para o resto do fim do dia até à hora da cama. E víamos a água com a areia a escorrer para o ralo, encaminhado por um carreiro de cimento. Era ali que ligávamos a mangueira do jardim para regar as flores, os vasos e mais tarde o escalracho que teimava em crescer num solo de pedras e terra salgada pelo mar invernoso que entrava em repuxos pela guarita.
E a barraca lá nos apoiava a todos, tirávamos a areia , passávamos-nos por água, e quando o calor apertava, servia para refrescar a sede sem ter que entrar em casa e sujar o chão imaculadamente encerado.
Ali guardávamos os brinquedos que levávamos todos os dias escada abaixo para a praia. os baldes, as barbatanas, os óculos de mergulho, e as câmaras de ar. Essas companheiras de Verão que nos levavam para todo o lado dentro de água a explorar todos os anos as rochas, os cantos e recantos e as idas a casa dos primos comer as sanduiches de açúcar e manteiga.
Aquela barraca fazia parte de nós. Nos dias em que a praia não estava apetecível, servia de esconderijo para os jogos das escondidas. Servia para contarmos os segredos. Era nossa companheira também.
E quando chegava o fim do Verão, e se desmontava a barraca a casa parecia que ficava mais triste , despida, como que se fosse hibernar á espera de mais um ano.
Durou anos assim, até que também partiu com a casa. Agora já não existe o arco, nem existe a barraca. A casa está lá. Não tão alegre e viva como já foi, mas cuidada e bem tratada. E sempre que passamos por lá manda-nos um piscar de olhos com todas as memórias daqueles que por lá passaram.

segunda-feira, julho 13, 2015

Cantos Gregorianos

Não é que perceba alguma coisa do assunto, mas como hoje em dia derivado do facto de todos terem uma opinião, e basta fazermos uma pesquisa rápida neste mundo digital e descobrir muitos assuntos sobre o assunto.
Eu, neste caso, até não me apetece ficar de fora no assunto. Por isso vou falar nele.

O assunto em si, não tem muito que se lhe diga, era uma vez um País do mediterrâneo onde antigamente os homens tinham barbas encaracoladas, e vestiam túnicas brancas e andavam a passear de um lado para o outro á espera que alguma coisa lhes acontecesse. A uns não acontecia nada, a outros , de repente tinham assim umas ideias iluminarias, e gritavam Heureca e essas coisas. Não sei se derivado do que bebiam do que comiam ou do que fumavam.

Num desses devaneios colectivos houve um grupo de barbudos e de togas brancas que resolveram aparecer e divulgar ao mundo o tal do conceito a que chamaram Democracia, à conta disso ficaram bem vistos pelo mundo inteiro  e toda a gente até achou a ideia engraçada...mas ninguém a pôs em prática durante séculos.

Durante séculos e séculos, os coitados lá andavam nas escarpas viradas ao mar, com as túnicas brancas, as barbas farfalhudas loiras atrás das ninfas e de outras personagens. Como não chateavam ninguém, também ninguém os chateou... até achávamos graça ver uns homemzarrões vestidos de túnica branca a deambularem de um lado para o outro....

Só que os séculos foram passados, e a ideia foi crescendo, e disseminando-se entre as mentes de uns e outros homens que não usavam túnicas, mas até achavam graça às ideias dos meninos de branco....

Era uma ideia tão original e tão diferente de tudo, que só podia ser implementada por via da força, porque para ser implementada como ela própria se diz.... democraticamente, ninguém caía no conto do vigário....

Assim passaram os séculos e os romanos da vizinha mais ou menos terra mediterrânea, implementaram uma espécie de dita mais ou menos para alguns. Mas o grande boom da dita ideia, chegou nas iluminadas cabeças dos rebeldes Amaricanos que deram porrada nos Ingleses e construíram um País do Povo para o Povo e Pelo Povo, num ido 4 de Julho de 1775, regados com vinho da Madeira e prontus... nasceu a tal Nação democrática, exemplo para toda a humanidade, baseada na ideia iluminada dos hominhos de barba loira e túnica branca....

A dita Nação, cresceu, cresceu, cresceu e ganhou poder riqueza e muita influencia... tornou-se no maior País do Mundo... tudo derivado da ideia dos hominhos....

Como o resto do mundo é invejoso, não parou de impor a dita democracia, aos olhos dos Amaricanos que eram muita ricos.... assim a solução para a pobreza e o poder estava na Democracia....

E assim a Europa, foi mudando.... demorou mas mudou.... até nós aqui neste cantinho, onde os Homens tinham patilhas compridas e pegam touros de caras, também mudámos.... para sermos Europeus, ricos e modernos....

Até entramos para o mesmo club, onde estavam todos os outros países importantes da Europa, até nos sentamos à mesma mesa dos Hominhos de Barba loira e túnica branca.

Só que hoje em dia os ditos Hominhos, aqueles de tunica branca e barba loira, já não têm barba e até usam fatos sem gravata....mas utilizam a ideia peregrina da democracia, que os seus antepassados inventaram com todos os segredos e manhas que a ideia tem. Tá certo!! Eles inventaram, deram a conhecer ao Mundo.... mas não contaram os segredos todos!!!

A malta olhou para os Amaricanos e achamos que a ideia era fantástica, esquecemos-nos foi de tentar saber todos os segredos que a ideia tinha....

Mas  realmente, ao fim de estes meses, o Mundo inteiro percebeu que afinal a tal dita ideia da democracia, não foi explicada totalmente....

É que afinal pelo que vi.... se antigamente não percebia muito bem a ideia mas até a achava interessante, agora estou todo baralhado....

Então o Povo decide, e pelo poder do povo tomam-se decisões. O Povo lá do País dos hominhos de túnicas brancas e barba loira, disse que não.... mas quem eles deram voz, para dizer Não, disseram sim e ainda com piores consequências e sacrifícios... e tudo em nome da tal Ideia....

Não é que perceba do assunto, mas assim de repente creio que essa ideia cheira-me a uma grande aldrabice pegada....

.... e se resultou noutros países, deve de ter sido derivado ao facto de se terem feito traduções erradas sobre as instruções de uso da dita ideia dos hominhos de túnica branca e barbas loiras....

é típico das más traduções.... para mim cantos gregorianos, eram Gregos a Cantar....

Que foi o que deram à Europa...... e a nós todos.....