quarta-feira, dezembro 15, 2021

Tinha-a casa na Costa

Tinha casa na costa da caparista. Vivia relaxado na vivenda germinada ali em frente do mar lá na quarta fila de casas. Desde pequeno a bicla substuiui o triciclo e as rodinhas, de repente era o craque da rua, sem ninguém para ver as arriscadas manobras, além de gatos fugidos de cães vadios. O beco era o seu mundo. Ninguém ali parava pelo dia. Mas na noite que a luz do candeeiro iluminava, por vezes lá um carro parava, e lá de dentro uma fêmea gemia. Entre vidros embaciados, o carro balançava, e quando o candeeiro falhava, o gemido aumentava. Eram vidros partidos... De vez em quando... Mas lá foi crescendo o petiz e subindo... Depois da bicicleta veio o motão rugindo... 170 na A2, Fogueteiro, Leixões.. Não é mas encosta. E de repente outra vez assim sem perceber o facto, espetam lhe um contrato... Você passa amuide no Rato?  Olha que jeito... Preciso de um motorista perfeito. Saiba guiar, estacionar e principalmente acelerar. Tenho o emprego perfeito e consigo um contrato certo. Só preciso que seja um homem feito, modesto e principalmente discreto. Vai me conduzir enquanto me conduzo na nação.  Cumpra com rigor, brio e devoção, vai ver que até pode guiar em contra mão! E assim lá o fez... Seguiu feliz, discreto, seguro e anónimo.... Pena foi ser motorista de um simplório...,