Margem Sul Toiros, Coiratos, Forcados e foguetes

Ontem. Por obrigações profissionais, e por prazer também pois claro! Resolvi passar a ponte.
Uuiii ca medo!! uma ponte tão grande a caminho do deserto da margem sul...

Mal cheguei ao outro lado sai da ponte e virei á esquerda (fisicamente, não politicamente).
Dei comigo de caras com uma rotunda... coisa estranha em Portugal... òs pois de dar uma boa volta e meia decidi sair de lá. Tá cara a gasolina, e a verdade é que as rotundas não nos levam a lado nenhum se não sairmos de lá. Ainda não percebi porque é que o parlamento não é um ciclo. e sim um hemiciclo... dava muito mais geito ser ciclo....

Mas enfim... ao sair de lá já um bocado azambuado com a voltinha, lá encontrei um optimo sitio para estacionar. um lugar execelente mesmo em cima de uma passadeira de peões...não percebo porque é que não há mais passadeiras...dão optimos lugares de estacionamento.

Ós Pois, lá fui eu mais a minha maria dar uma voltinha pelo recinto. A vila estava toda engalanada!! Nas ruas de alcatrão, a camara deitou areia do rio, para que os cavalos e touros possam andar confortavelmente durante as festividades...não percebo porque é que ainda á papalvos que são contra as touradas... se vissem o tratamento de luxo dado aos tourinhos lindos...

Com tanta areia na rua, lá paramos um bocado para deixar o pikenote Flávio Manuel ( é filho adoptado da amiga do primo mais velho da Sónia que é enteada do João Manuel, neto da Mirtila Idelfonso que é sogra do Augusto Faria, casado com a Alda Romeiro, que teve um caso com a Rute Eroquina do Rio de Janeiro, que veio para Portugal com o Jerson Mauro , que era chefe de cabine de teleférico do Pão de Açucar) brincar um bocado e fazer castelos com o balde e a pá da praia.

estava assim alegremente o Flavio Manuel entretido, que nos sentamos no restórante de fronte e pedimos sardinhas, camarões, e umas percebas para petiscar.... trouxeram-nos picapau, ameijoas e ovos mexidos com chouriço...

As ameijoas, descobrimos que também tinham estado a brincar com a areia e quiça mesmo ali defronte onde estava o pikenote Flávio Manuel.
O Chouriço com os ovos mexidos, estava de se pedir por mais!! Bom mas Bom Caramba!! via-se mesmo que aqueles ovos eram de galinha do campo! o Chouriço então... ui ca bom!! e o Picapau, estava comestivel...vamos lá que também não pode ser tudo maravilhoso...

Já alimentados e satisfeitos, reparamos que o Flávio Manuel, já se tinha cansado de brincar com os castelos de areia e... desaparecera...

Um escandalo!! O pikenote, basou...não disse água vai água vem e basou... deixou-nos ali especados sem o vermos, sem percebermos para onde o pikenote teria ido!!

Assim um bocado atarantados, acabamos de comer, pedimos a conta e rosolvemos dar uma voltinha para ver se encontravamos o Flávio Manuel. Percorremos toda a manga, todas as tasquinhas que encontravamos, entravamos bebiamos um licorzito de poejo ou uma mini e lá seguiamos a nossa busca....

Cruzamo-nos com um rapaz...quer dizer...um homem...bem.... um gajo...tipo... pensando bem não sei o que aquilo era... Boné de pala, corpo todo trabalhadinho, t'shirt rasgada e aberta no peito...sem um pelinho!! era um local...eu que julgava que os ia encontrar trajados tradicionalmente com a calça justa apertada, polainas afiveladas, camisa branca e os suspensórios por cima... Nada!!
T´shirt rasgada, jeans russos, boné de pala á moda...

Mas enfim... depois de buscas infrutiferas, metemo-nos no carro e voltamos para a ponte de volta a casa.

Bela noite!!

...o Flávou Manuel??? Não sei... nunca mais o vimos.... preocupados??? Não!!! Não fomos nós que o levamos... já lá estava....

Ganda Moreira!!

Há homens que são isso mesmo e muito mais!
é o caso do Professor Adriano Moreira!!
Eu já tinha assim uma certa admiração pelo senhor. Ontem provou o que é um senhor!

Entrevistado pelo quase grande Mario Crespo sobre o estatuto dos Açores, e a declaração do Prof Cavaco Silva ao país, o Professor Adriano explicou e muito bem o que era, o que não era o que devia ser e as implicações do que podia ser. Até aí, tudo como deve ser.

Mas no fim da entrevista, o Crespo, aproveitando , e bem estar ali frente a frente com uma das figuras activas no tempo do governo de Salazar, espetou-lhe com a pergunta sobre a questionavel entrevista que um tal reporter francês conseguiu fazer ao António Salazar, depois dele ter caído da cadeira e ficado naquele triste estado vegetativo.

Adriano Moreira, não se fez rogado, e mostrou a cêpa de que os grandes homens são feitos!
O seu comentário foi, no minimo, brilhante!!

Mais ou menos isto:
Independentemente do tipo de politica, reprovavel ou não, do Professor Salazar, o que ali estava em frente ás camaras da altura, era um Homem. Um Homem que foi exposto ao mundo num estado débil, degradado e quase vegetativo. E isso, nunca deveria ter sido feito. Aquela entrevista, foi a exploração de um estado lastimoso de um ser humano. Não de o reflexo de um estadista que quer se queira quer não faz parte da história de Portugal.

O Professor Adriano, ficou por ali, e mais não disse. Mas mais não precisou de dizer.

O quase grande Mário Crespo, terminou ali a entrevista e mais não insistiu, como os bons jornalistas devem fazer! ..... e há tão poucos....

Na vespera, a rtp2 ou lá o que canal era, mostrou as ditas imagens do "Botas" mais para lá do que para cá, imagens tristes e degradantes, de um velhono sentado numa cadeira, sem perceber o que lhe estava a acontecer, e sem se perceber uma palavra do que dizia.

Se é esta imagem que os poderes instituidos querem passar para as novas gerações o que foi um periodo recente da nossa história, então depois não se queixem de termos miúdos que só sabem o Hino Nacional e o que é Portugal quando um bando de rufias incultos vai vestido de vermelho e verde para o meio de um campo de futebol armados em vedetas a perder jogos.

Não batam mais no velhinho sff. Vivemos em democracia à quase tanto tempo que vivemos com o Estado Novo. Não acham que já é tempo de fazerem alguma coisa pelos próprios meios???

Ou já perceberam que pouco temos que nos orgulhar desde que somos Livres e libertados do jugo da ditadura??

Eu cá por mim, prefiro uma ditadura pura que uma democracia corrupta como a nossa...

Já não há Extravagantes!!

Fui lá ter , com a ementa escolhida e mesa marcada, eramos vinte, mas com o casório de vespera ficamos 10....

A vista continua a mesma, espectacular! Linda!! extraordinária....

tudo o resto...acabou... perdeu-se para as hordas de gentes e gentalhas de domingo de fato tréno e espanholas de mama ao léu... ( não é mau de todo) , mas o resto...foi-se.... desapareceu...

É assim...falam falam falam, a coisa estraga-se e perde-se... o bom passa a banal e desce para poder chegar a todos... é pena mas é assim.

A selecção agora, ali, no antigo reino do Reino, Miguel, já não é feita com o berro dado pelo Reino aos convivas que entravam. Já não há o abraço e o beijinho da Mafalda, que nos tratava pelo nome próprio, que nos perguntava pelos miudos, pela vida, pelos primos, mulheres e namoradas.
Já não vemos os peixes a saltar no grelhador. Aquelas saladas de ovas de grão de bico, de favas e presunto, aqueles amuse bouche que nos ponham logo animados para o resto da refeição.

A vista, está lá, continua... linda de morrer....

Mas já não nos sentamos á mesa, como se estivessemos em casa. Já não temos aquelas surpresas que o Rei Reino oferecia sem pedirmos. Já não há o sabre para abrir as rolhas do Champagne. Já não há o aquário com as lagostas e outros bichos...

Haa, mas a vista...essa...continua ali...linda de morrer...

Já não há a Paula a servir a sangria, o whiskey, o vinho , o champagne, o peixe fresco acabado de pescar. Já não vamos á cozinha dizer o que gostavamos de provar, porque já lá estamos desde o almoço e ficamos para jantar também...

Mas a vista...essa...tá linda na mesma...

Já não vimos os miudos do Miguel e da Mafalda a correr para apanhar a prancha, sempre com um sorriso, sempre a cumprimentar-nos. Como é que estará o Martinho??
Já não vemos aqueles peixes todos que o Tó fez, e ali deixou á vista de toda a gente, para os tocar o para os sentir e lembrarmo-nos das coisas boas da vida.

Mas a vista.... essa... continua...magnifica.

Faltam, ali aqueles sofás, aquelas mesas de casa de jantar, igual á nossa casa de jantar, ou á da nossa avó. Faltam ali aquelas redes de pesca, aqueles quadros com aquelas ondas, falta ali aquela decoração PêPîSan... Aquelas almofadas optimas, aquelas mesas de vidro cheias de areia e estrelas do mar e conchas e maresia.

Falta ali a ALMA daquele sitio lindo!! Os berros os gritos as sessões de fotografias ao por do Sol, os Extravagantes!! A companhia, a boa disposição, a má disposição também... tudo... tudo que nasceu ali, ainda aquilo era uma palhota de pescadores, com esplanada de areia e vista para a praia do pego. em que a picanha era famosa e os peixes davam as primeiras braçadas!

a mesma vista está lá e continua linda....

Só que eu vejo cada vez pior....e tiraram-me uma das minhas mais queridas bombas de oxigénio que tinha.

É o progresso. Só que eu, tão cedo, não volto ali. Prefiro evoluir. e conheço um sitio lindo optimo espectacular...mas não digo a ninguém!!