quinta-feira, janeiro 16, 2025

essa gravata que te dou!


A arte da gravata.
Esse símbolo de prestígio, distinção, respeito, formalização, moda, estilo ou qualidade. Transformou se em menos de 10 anos numa banalização mal colocada, mal intencionada, muito mal compreendida, mal usada e abusada.
Efectivamente hoje quem se apresenta com a dita em cerimónias públicas, crê, só por ter a dita, que representa qualquer coisa. A coitada da gravata estrabucha, e adorava ter braços para se esticar apertadinha ao pescoço do Possidonio que a usa. Sorte a dele... Ela não consegue.
E ela coitada, que começou como uma peça casual e obrigatória, evoluiu para um símbolo de prestígio, moda e bom gosto, mas chegou ao ponto de virar banal, mejera e carnaval.
Nem a Severa, que era o que era, perdoava ao amante, não se apresentar formoso e viçoso. 
A gravata depois cresceu... Não no peito, mas no pescoço. Era ver os nós e as volumosas voltas naqueles anos setenta. Um campeonato macho de um artifício de beleza.! Colorida para uns, mas baça para outros mas o importante era o exagerado tamanho do nó. 
Envelheceu a criatura, e depois de tecidos grossos apostou cedo na seda. Vieram os oitenta e não havia em casa de gente de bem que afastasse, original ou cópia, a gravata de cornucopia... Fundamental entre gente nova e nova gente que nunca usaram, estar bem atada a gravata. 
Mas andando para a frente o declino se anuncia, e da gravata... Tadinha já mal se prenuncia. De mestre de todos os dias, passa para acessório oficial para cerimónias neste Portugal. 
Já não é o que era e foi. Mas ainda vale para perceber que é ou quem não é. Embora quem é já pouco usa e quem não é já não abusa.