Cada dia que passo passa mais um dia para chegar ao fim. Espero sempre que esse dia passe depressa, e que seja o mais tarde possivel. Porque o tempo que passa parecer passar depressa demais para se fazer tanta coisa ainda.
parece que o que passou também foi curto e passou depressa. Na verdade hoje em dia passo algum tempo a pensar no que ainda falta e no que ja foi passado.
Do futuro só Deus sabe e a Deus pertence. Mas do passado que Deus me passou e fez passar só posso agradecer.
Descobri que sempre que me embrulho a pensar no passado tenho a impressão que cada vez o tenho mais e mais compartimentado. E a verdade é mesmo essa, o passado passa a fazer parte da nossa vida mas em compartimentos separados que às vezes se ligam ou que as vezes estão isolados ou escondidos.
Na minha ainda curta ( espero) vida tenho muitos compartimentos que os abro de vez em quando para perceber porque é que hoje sou assim e não sou assado....ainda não percebi, mas vou tentando sem grande esforço e com grande gozo. São fases da vida e estas memórias iram ser também uma fase.
A verdade é que até agora, apesar de não o ser, tenho tido uma rica vida rica. Se a riqueza se contasse pelo numero de Amigos, estava trilionário. No Facebook tenho mais de mil "friends". Na vida real, tenho mais de uma mão cheia e não chega a duas.
Se a riqueza se contasse pelas vidas que tenho encontrado e vidas que tenho vivido , então também sou milionário.
Nunca viajei muito. Nunca vivi fora do meu País. Nunca percorri este mundo e o outro. Mas vivi um bocado muito de um bocado de tudo. E isso para mim conta, conta muito.
Nestes tempos que correm todas as semanas procuro novas oportunidades de emprego, novos desafios. Todos me pedem o mesmo, o Curricutum. Acontece que com o que vivi o meu curriculum profissional não espelha o meu curriculum pessoal, e a parte pessoal na vida profissional é para mim muito importante, e cada vez mais importante.
Hoje um curso toda as pessoas têm. Uma carreira de 2 anos em novas empresas, também se arranja, uma subida meteorica a nivel profissional também é facil de encontrar. A diferença hoje está na experiencia pessoal de cada um. Digo eu...não sei.
Mas uma vidinha como a que tenho tido até agora, ninguém a teve!! Só eu.
Em miudo queria ser cavaleiro tauromaquico. O Mestre João Zoio era o meu idolo. Em cima da minha bicicleta no jardim de casa fazia faenas, metia curtos, compridos, violinos!! e a pé pegava o touro que mais não era a minha bicicleta com o guiador virado para a frente!! E Olé!!
O mar não me chamava, aprendi a nadar só aos 10 anos, mas já desde os 4 que andava nos colchões, no barco à vela contruido pelo meu tio, mas não era assim uma coisa que gostasse muito. Depois fui obrigado a gostar, e nunca mais deixei de gostar!! Bendita a hora que me forçaram. é das melhores coisas do mundo!! Um barco à vela e um dia de vento. Não preciso de muito mais para ser feliz.
O Campo atraía-me, o cheiro a terra molhada, os trigos a crescer os milhos a regar, a vinha e as videiras. O cheiro a caruma e a resina dos pinheiros. A terra, toda ele me chamava, e talvez me chame ainda. aí encontro a paz o sossego e o descanço, aí também estou bem.
Depois fui crescendo, e no meio de tanta confusão de gentes pessoas que passam e ficam ou vão comecei a gostar de saír à noite, talvez mais por uma imagem que tinha do que por gosto mesmo, talvez, não sei porque passei muitas noites em claro a rir a divertir-e a correr, a suar a dançar e outras coisas. Mas não encontrei aquele descanço aquela paz aquela sentimento de satisfação. Faltava-me sempre qualquer coisa, nunca era suficiente.
Agora, já a talvez meio caminho do meu caminho, começo a pensar se valeu a pena se fiz o que devia e o que não devia, se ainda vou a tempo para seguir o que me dá paz. E desta vez, acompanhado como deve ser chego a conclusão que ainda há muito para fazer. Só que já encontrei um fim para o caminho. E de certeza quando lá chegar descubro que afinal não é o fim mas um meio ou talvez o principio de outro.
Porque a vida é isso mesmo, continuar a procurar, mas o gozo está na procura e não no achado. O Por isso é que agora vivo um dia de cada vez à espera de nada a olhar o horizonte para não me perder e a gozar cada passo que dou. Ou que damos, já que não ando sozinho.
segunda-feira, maio 30, 2011
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