domingo, janeiro 18, 2009

de volta á Ilha

Já percebi.
agora só salto aqui para o limbo virtual, sempre que paro na ilha. Dá para perceber, porque quem me conhece, neste momento a ilha é o meu refugio.
A ilha, a lareira, o pexium acabado de cozinhar e de ter sido pescado ainda ontem á tarde.
A ilha tem de tudo e muito mais ainda. Alem de estar sempre com quem muito gosto, estou sempre também a ouvir o que gosto muito.
A ilha é um bocado uma volta ao passado. Às vezes é triste estar só a pensar no passado, naquela casa sobre as rochas com o farol ao lado e o mar á frente. Naqueles dias de inverno com tudo desfeito lá fora mas tudo quente e aconchegante cá dentro. A ilha é assim, tal e qual. Os barulhos, os sons os ventos e tudo. Os cheiros, o trepidar da lareira, o assobio da lenha. A marezia lá fora a voar e a queimar tudo com o sal.
a diferença da Ilha para aquela casa sobre as rochas ao lado do farol, está basicamente na falta dos cedros. Porque de resto tudo é igaul ou mesmo muito parecido. O chorão á frente, o sitio para os carros atrás. A mesa da cosinha com o tampo de marmore, a pia de marmore ao lado do fogão.
Tudo tudo é muito parecido. As cadeiras de madeira na casa de jantar as janelas de guilhotina, as portas com postigo. Aqui na Ilha, o farol está mais longe, mais alto e mais imponente. Ilumina um cabo, e uma passagem estreita sobre um arquipelago.
Na casa sobre as rochas, o mar entrava de lado, só rebentava junto ao farol. aqui na ilha as ondas rebentam directamente sobre as rochas em frente. são grandes, enormes, perfeitas para serem domadas, pelos muitos nomadas da ilha que se atiram a elas sem dó nem piedade.
Quando as ondas na ilha estão boas o local melhor para se estar é na areia. Não está lá ninguém. estão todos na água a querer domar ondas.
aqui na Ilha, o mar manda. Mas o ritmo é feito pelas ondas e pela pesca. Na casa sobre a rocha, o mar manda também. Mas não são as ondas que mandam. são os ventos. e as velas dos barcos.
Coisa que na ilha são pouco vistas...por enquanto, talvez.

Mas é bom sempre voltar á Ilha, melhor vai ser quando,entre ginginhas, ou medronhos, peixe ao sal e carapaus, possamos ver crescer aqueles que por cá andam e aqueles que ainda por cá não estão.

Beijas querida Ilha.